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POLÍTICA

Servidores da AL falam sobre superação e projetos


Lucas Gabriel, servidor da ALMT Foto: JLSIQUEIRA / ALMT No dia 28 de outubro é comemorado o Dia do Servidor Público. A data foi instituída no governo de Getúlio Vargas, por meio do Decreto-Lei 1.713, de 28 de outubro de 1939, para homenagear aqueles que se dedicam à prestação dos serviços em prol da sociedade. Uma data comemorada nacionalmente, que movimenta uma classe de milhares de pessoas que se dedicam a melhorar a vida da sociedade brasileira. O servidor público contemporâneo, de acordo com Gabriel Lucas Scardini Barros, 37, supervisor legislativo da Secretaria de Serviços Legislativos da Assembleia, há quatro anos atuando na área fim do Parlamento, “está inserido em um contexto onde a população busca transparência e eficiência dos serviços públicos. Cabe ao servidor zelar pelo cumprimento das normas que regem o seu trabalho, sem  perder no horizonte a possibilidade de introduzir inovações ao seu cotidiano”.  Gabriel Lucas diz que “quando surgiu a oportunidade de estar servidor público, entendi como uma possibilidade de aprendizagem e construção de conhecimento em um setor em que eu ainda não havia vivenciado. Enfim, um grande desafio”, resumiu. Segundo Gabriel Lucas, um fato que o marcou nesses quatro anos de Parlamento, foram os acontecimentos de janeiro de 2019, “quando diante de grande comoção social, todo o corpo funcional da Assembleia atuou intensamente para que tudo transcorresse da melhor forma possível diante de várias adversidades”. Ozéias "Rambo", há 11 anos servindo à sociedade Foto: HELDER FARIA / ALMT Ele define que “trabalhar em uma casa legislativa sempre torna o servidor, não só uma testemunha da história, mas um agente que propicia condições para que os representantes do povo exerçam suas funções. Isso vale para todos os servidores de nossa instituição”.   Quanto ao fato de o servidor público ser estigmatizado ou não, Gabriel Lucas diz que “num primeiro momento, ele é estigmatizado sim. Até mesmo os próprios servidores muitas vezes se percebem criticando o serviço público de alguma maneira. Mas quando há necessidade, a população clama pelos servidores, para que a saúde, educação ou segurança pública, por exemplo, seja realizada por meio do trabalho do serviço público”. “Tudo que a gente faz tem que fazer como se fosse para Deus”, diz o servidor público Ozéias Aramburu Arguelo, 46 anos, o popular Rambo, como é conhecido na Assembleia Legislativa de Mato Grosso. Ozéias Rambo é assistente de serviços gerais no Parlamento há 11 anos. “Entrei em 2008 e a Assembleia Legislativa mudou a minha vida, a minha personalidade”, observa o sul mato-grossense de Aquidauana-MS, que é casado e pai de quatro filhas. Ele conta que por ter vindo da roça, tinha muita dificuldade no trato com as pessoas. “Eu vim do sítio, era muito tímido, tinha receio até de olhar para as pessoas e me tornar um servidor só acrescentou na minha vida. Foi uma transformação completa, eu posso dizer. Hoje minha vida está baseada aqui na Assembleia. Estou ganhando para servir, por isso preocupo em fazer da melhor forma possível o meu trabalho”, garantiu Rambo. Deisy Boroviec: "manter o foco na qualificação" Foto: JLSIQUEIRA / ALMT A servidora Deisy Boroviec, técnico legislativo de nível superior, é repórter e apresentadora da TV Assembleia. Deisy, que formou-se em 1996, veio para Mato Grosso em 98. É natural de Cruz Alta-RSe procurou no serviço público uma estabilidade que proporcionasse a realização dos seus projetos, qualificações, cursos e por isso, em 2008 – conta – decidiu estudar para concurso. A partir daí, depois de percorrer o  Brasil inteiro, em 2013 conseguiu o ingresso na Assembleia Legislativa de Mato Grosso. “Você não pode fazer a faculdade e parar. Estou sempre aprendendo, buscando me aperfeiçoar. Fiz 12 pós-graduações e estou pleiteando um mestrado”, diz, ao observar que o fato de os concursos juntarem pessoas qualificadas do país todo, “garante, cada vez mais, um nível altíssimo de conhecimento das pessoas nas repartições públicas. São pessoas preparadas para as mudanças, e por mais que nem todos pensem da mesma forma, facilita implantar novos sistemas de trabalho, com resultados”, diz. Deisy Boroviec reitera, que ficou impressionada quando entrou na Assembleia Legislativa. “Aqui se trabalha e muito”, afirmou, acrescentando que “as pessoas, muitas vezes, julgam sem se dar o trabalho de ver, realmente, como as coisas acontecem dentro do Parlamento”. Para arrematar, a servidora cita que seu sonho era ser arquiteta. “Tinha esse sonho, mas passei em jornalismo, profissão que nem imaginava para a minha vida”, completou. Revisor da Secretaria de Comunicação da ALMT, Edelson Santana Foto: JLSIQUEIRA / ALMT O servidor Edelson Santana, 45, técnico legislativo de nível superior, conta que começou a trabalhar por necessidade, mas que logo descobriu sua vocação para o serviço público. Servidor há quase 25 anos, Edelson Santana completa cinco anos de Assembleia Legislativa em março de 2020. “Ingressei no serviço público como professor interino da rede estadual de educação em 1995. Nesse mesmo ano, após concurso,  fui efetivado na Secretaria de Estado de Saúde”.   Edelson Santana também foi técnico em assuntos educacionais na Universidade Federal de Goiás, em Goiânia, onde cursou mestrado em letras e linguística. “Em 2015, decidi retornar para Cuiabá, fiz concurso e fui nomeado na ALMT para exercer cargo de revisor de textos”. O servidor é responsável pela revisão dos textos produzidos pela Secretaria de Comunicação da ALMT, como matérias do site oficial e intranet, publicações impressas e materiais publicitários. Também atua como fiscal de contratos. Segundo ele, ao longo dos tempos, a implantação de novas tecnologias no serviço público fez mudar o perfil do servidor, “que precisa cada vez mais ser capacitado para o exercício do cargo. Além da técnica – completa - que não se perca a dimensão humana no ambiente de trabalho”. Ele conta que a sua vivência no serviço público mostra que o servidor é estigmatizado pela sociedade. “O meu dia a dia mostra que o servidor público é estigmatizado, sim. Sempre se propaga a imagem generalizada do servidor como ineficiente ou improdutivo, e boa parte da sociedade acredita nisso. Atribui-se a ele até os problemas causados por má gestão ou desvio de recursos”, afirma. Lygia Pizzatto, servidora da Coordenadoria Militar da Assembleia Foto: FABLICIO RODRIGUES / ALMT Conforme Edelson, “em épocas de crise, a cassação de direitos adquiridos dos servidores, geralmente, é a primeira medida adotada, até em nome de uma suposta moralização do serviço público, por parte do gestor. Ainda que imprescindíveis para mover a máquina, de forma geral, os servidores ainda não são valorizados, são vistos apenas como gastos e não são estimulados a se qualificarem”, arrematou. Lygia Conceição Ribeiro de Assis Pizzatto, 43, também é veterana no serviço público. Atua na Assembleia Legislativa, na Coordenadoria Militar, desde 1997. “Na minha casa, nosso pai me ensinou a linha de estudo dos concursos. Eu foquei nisso ainda no 2º grau, com 17 anos”. O ensinamento do pai resultou em três servidores públicos na família, a própria Lígia e dois dos seus quatro irmãos. “Fiz o concurso público em 1995, mas só fui chamada em 97. Foi uma benção que aconteceu em minha vida”, diz a servidora que também é casada com um servidor público e tem um filho, Lucas, de 8 anos. Segundo ela, além da motivação familiar, a estabilidade do serviço público pesou muito na hora de definir a profissão. Para ela, apesar de o servidor ainda ser estigmatizado pela sociedade, “as pessoas que conhecem a rotina do serviço público começam a ter uma visão diferenciada. Hoje já mudou bastante para melhor”, confessa. O fato de ser mulher e atuar na Coordenadoria Militar, responsável pela segurança da Casa de Leis, não interfere em nada na rotina de trabalho.  "Nós temos todo o suporte da Polícia Militar”, afirma. Ela destaca que o servidor da era da modernidade tem facilidade para a formação e qualificação. “Hoje temos facilidades para chegar até as ferramentas, temos vertentes, meios que facilitam o acesso ao conhecimento”.
Fonte: ALMT