Os casos de assassinatos em Cuiabá e Várzea Grande reduziram 21,5% e 33,8%, respectivamente, no período de janeiro a outubro deste ano, em relação ao mesmo período de 2018. Na Capital, foram registrados 80 homicídios em 2019, contra 102 casos no ano passado. Já em Várzea Grande, foram 43 este ano e 65 no ano anterior. Os dados são da Coordenadoria de Estatísticas e Análise Criminal da Secretaria de Estado de Segurança Pública.
A região metropolitana vem sentindo o impacto da redução dos homicídios há pelo menos quatro anos. Para o delegado titular da Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), André Renato Gonçalves, são várias conjunções de motivos que fizeram com que Cuiabá e Várzea Grande conseguissem reduzir os crimes contra a vida.
'Existe uma comunhão de vontades entre as forças de segurança Polícia Militar, Polícia Judiciária Civil (PJC) e Politec para que a gente chegue a essa diminuição, mas quero me ater a PJC. Acredito que o fortalecimento e capacitação do núcleo de inteligência da DHPP, núcleo operacional mais próximo da população foram determinantes para estes resultados', destacou o delegado.
O núcleo de inteligência da DHPP saltou de um investigador para quatro, o que deu gás para subsidiar as equipes de campo para chegar a autoria de homicídios cometidos por membros de organizações criminosas. A equipe ainda subsidia o setor de Desaparecidos, que tem cerca de 91% de esclarecimentos dos sumiços. Cerca de 70% dos autores de assassinatos são identificados pela DHPP.
Contudo, quando as equipes, além de fazerem o trabalho local do crime, passaram a cumprir os mandados de busca e apreensão e de prisão nos bairros, o reflexo foi a maior confiança na população, sobretudo, dos bairros periféricos, onde na maior parte das vezes acontecem os homicídios.
'Quem está no bairro percebe que a DHPP está efetivamente prendendo. As pessoas são receosas em testemunhar, falar o que viram ou que sabem, porque as pessoas que cometiam os assassinatos continuavam a residir na localidade, muitas vezes não eram presas, portanto, havia essa necessidade de trazer a sensação de segurança para a vítima e os moradores da região, dando essa resposta. Hoje temos uma investigação mais qualificada, chegamos aos autores, promovemos as prisões e faz com o que sujeito que poderia ter ideia de cometer assassinato, pense bem e fica só na ideia, na cogitação', argumentou o titular da DHPP.
Mais próximos da sociedade, mais resultados
Essa aproximação com a população também é apontada pelo subchefe de Estado Maior da Polícia Militar, coronel Wancley Rodrigues, como fundamental para a PM realizar prisões e combater o crime. Ele ressalta que a confiança no trabalho da Polícia Militar tem gerado mais denúncias seja para a equipe nas ruas ou pelos canais de atendimento, como o 0800-65-3939.
'A população tem confiado mais porque vê os resultados e essa confiança também é uma motivação aos policiais que veem o trabalho sendo reconhecido pela sociedade. Com isso temos conseguido a redução dos índices de criminalidade', pontuou Rodrigues.
Assim como na PJC, a Polícia Militar faz o seu planejamento operacional com base em estatísticas e análise criminal, focando os trabalhos ostensivos nos ‘pontos quentes’, dando mais efetividade às ações, trabalhando diretamente no foco do problema. Assim como as equipes de dos Comandos Regionais, as forças especializadas como a Rotam e a Força Tática tem realizado um trabalho mais qualificado na repressão ao crime.
'Trabalhamos de forma preventiva, mas também repressiva, retirando criminosos das ruas, aumentando as prisões. É uma conjunção de esforços que tem sido essencial para o combate ao crime', destacou o coronel.