O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva voltou a criticar a situação econômica do Brasil e o aumento da fome no país. Lula citou a 'fila dos ossinhos' em Cuiabá e questionou o fato do Estado ser o maior criador de gado do mundo.
“O Mato Grosso, esse querido estado que é símbolo de desenvolvimento do nosso Brasil, tem 30 milhões de cabeças de gado. E esses dias mostra nacionalmente uma mulher numa fila procurando um osso para comer. Como é que pode se explicar?", disse Lula em entrevista à rádio Capital FM nesta quarta-feira (29).
Lula responsabiliza o governo federal pelo aumento da fome no país. Segundo ele, o Brasil voltou para o Mapa da Fome de acordo com a Organização das Nações Unidas (ONU). Ele ainda afirma que foi o responsável por tirar o Brasil da fome entre os anos de 2012 e 2014.
“Hoje temos 19 milhões de pessoas passando fome crônica e temos 116 milhões de pessoas com algum sistema de insegurança alimentar. Pessoas que não estão comendo as calorias necessárias ao ser humano. E quem está falando isso é quem já passou fome”, pontuou.
"A fome não é um fenômeno da natureza, a fome é um sintoma de falta de vergonha na cara de quem governa esse país, porque nós provamos que é possível acabar”, completou.
O pré-candidato à presidência da República também afirmou que para acabar com a fome será necessário incluir a população pobre dentro do orçamento da União. "O pobre não é problema, é solução. Quando você coloca o pobre no orçamento, que ele começa a ter um pouco de dinheiro, que começa a ser consumidor. Que ele começa a comprar o que comer, o que vestir, uma telha, um saco de cimento pra reformar a casa dele, a economia deslancha. Esse foi o milagre que fizemos", defendeu.
"Então temos que colocar o pobre dentro do orçamento da prefeitura, no orçamento do Estado e da união. E colocar rico no imposto de renda, porque rico não paga imposto sobre lucro e dividendos", finaliza.
A fila dos ossinhos em Cuiabá foi divulgado em primeira mão pelo em julho deste ano, através de uma gravação onde é possível ver populares pela calçada, que se inicia em uma esquina e percorre todo o quarteirão que dá acesso ao supermercado.
Mulheres, homens, crianças e idosos aguardam sentados na calçada e debaixo de sol forte e muito calor para pegar os "ossinhos" de carne distribuídos pelo açouge. A fila continua até hoje e tem aumentado nos últimos dias.
Por Gazeta Digital