Odair José do Prado, conhecido como "Cowboy", e Dalva Vaz da Silva foram condenados a 42 anos de prisão pelo assassinato de Roberto Francisco da Silva. A vítima era marido da ré. O júri popular foi realizado na quinta-feira (24) na comarca de Itiquira (a 357km de Cuiabá). Somente mulheres fizeram parte do conselho de sentença.
Além de matar, Dalva e o amante Odair esconderam o corpo da vítima. Segundo o Ministério Público Estadual (MPMT), Odair José recebeu a pena de 25 anos e quatro meses de reclusão e 20 dias-multa pelo homicídio tentado, homicídio triplamente qualificado (motivo torpe, emprego de meio cruel e mediante recurso que dificultou a defesa da vítima) e ocultação de cadáver de Roberto Francisco. Dalva foi condenada a 17 anos de reclusão e 10 dias-multa pelo homicídio triplamente qualificado e ocultação de cadáver.
Narra a denúncia que em junho de 2019, o réu tentou matar a vítima com tiros. Ele estava sozinho na casa onde morava com a esposa em fazenda de Itiquira. O tiro foi superficial e o homem sobreviveu. A esposa estava em Rondonópolis nesta primeira tentativa de homicídio.
Não satisfeitos com a sobrevivência do alvo, no mês seguinte eles concretizaram o crime. Roberto foi morto “com um violento golpe de machado pelas costas e um golpe de faca no pescoço”.
“Enquanto a denunciada distraía a vítima, o denunciado aguardava em um dos cômodos da residência o melhor momento para atacar o ofendido”, consta na denúncia. Segundo apurado no procedimento investigatório, os condenados visavam assumir o relacionamento extraconjugal e, ainda, se apossar dos bens da vítima. Assim, após o fracasso da tentativa de homicídio, se uniram para ceifar a vida de Roberto.
Após o crime, Odair e Dalva enrolaram o corpo da vítima em uma coberta e tecidos e, no dia seguinte, levaram até uma região de mata onde jogaram gasolina e atearam fogo, queimando parcialmente o cadáver. Dias depois, Odair transportou os restos do cadáver da vítima para outro local, ateou novamente fogo e enterrou as cinzas nas redondezas, bem como algumas partes do cadáver que não haviam sido queimadas.
"Trata-se de um caso de muita repercussão na comarca e o resultado do julgamento representou uma importante resposta do Sistema de Justiça para a comunidade itiquirense. A Polícia Judiciária Civil realizou um grande trabalho de investigação, o julgamento contou com a condução equilibrada dos trabalhos pela competente magistrada, atuação incisiva da defesa, composta de três advogados, e, principalmente, a dedicação de sete juradas, a quem agradeço pela confiança no trabalho do Ministério Público e pelo sacrifício pessoal envolvido em acompanhar um julgamento por quase 18 horas, prestando esse serviço relevante e essencial à Justiça", pontuou o promotor de Justiça Claudio Angelo Correa Gonzaga, que atuou no caso.
O julgamento foi presidido pela juíza de Direito Fernanda Mayumi Kobayashi. A pena será cumprida inicialmente em regime fechado.
Por Gazeta Digital