logo
POLÍTICA

Bombeiras militares de MT discutem carreira em encontro estadual


Foto: JARDEL DA SILVA O Corpo de Bombeiros Militar de Mato Grosso realizou na tarde desta quinta-feira (24), no Salão Nobre Clóves Vettorato, no Palácio Paiaguás, em Cuiabá, o 1º Encontro Estadual de Bombeiras Militares do Estado, com objetivo de discutir temas específicos da carreira, legislação, estresse ocupacional e questões que precisam ser avançar. A realização contou com apoio do deputado estadual Romoaldo Júnior (MDB) que sempre defendeu interesses da classe. Autor da Lei Complementar nº 32, de 10 de outubro de 1994 (D.O. 10.10.94), que dispõe sobre a organização básica do Corpo de Bombeiros do Estado de Mato Grosso, e também do Projeto de Lei Complementar n° 25/2015, que busca combater a prática do assédio sexual e moral em instituições públicas militares, o deputado parabenizou a iniciativa e lembrou que a lei de criação da organização básica do Corpo de Bombeiros, criada há 25 anos, garantiu amparo e legitimidade à Corporação que, desde então, foi desvinculada da Polícia Militar e ganhou autonomia administrativa e financeira. O deputado citou que a evolução da mulher dentro da instituição pode ser considerada positiva, porém avanços ainda devem ser conquistados, inclusive no que diz respeito ao preconceito de gênero, ao excesso de hierarquia e ao assédio moral e sexual. “Não há dúvidas de que o assédio traz desarmonia no ambiente de trabalho, causa prejuízos para a sociedade e danos ao assediado. É preciso pôr fim a essa prática”, defendeu. Durante o evento, foi enfatizado que a entrada de mulheres na Corporação mato-grossense aconteceu há 18 anos e que atualmente existem 90 militares femininas distribuídas em vários dos 141 municípios do Estado. Elas ocupam 10% do efetivo e exercem as mesmas atividades dos homens. A 2ª tenente Kezia Grazieli Vilhalva Rufino da Silva está há seis anos na Corporação e disse que a lei que separou os bombeiros da PM, resgatou a identidade dos bombeiros. “Antes éramos apenas uma área da polícia, a criação da lei nos deu a garantia de ser um serviço independente, afinal de contas, nosso trabalho é distinto do trabalho da PM”, pontuou a tenente, ao reforçar a importância do projeto que visa combater o assédio moral e sexual dentro da polícia. “É de suma importância que o Legislativo crie leis no sentido de estabelecer proteção e garantias para melhorar e aperfeiçoar o ambiente de trabalho da mulher em todas as profissões. A gente sabe que em qualquer ambiente de trabalho a mulher está sujeita a sofrer um assédio e às vezes acaba sendo reprimida pela situação do vínculo empregatício, das garantias ou do próprio desenvolvimento do trabalho”, ponderou a tenente Kezia. Ao relembrar a trajetória de inserção da mulher na Corporação em Mato Grosso, o comandante geral do Corpo de Bombeiros, Alessandro Borges Ferreira, destacou que a realização do 1º Encontro de Bombeiras contribuiu para a troca de experiências e para a avaliação de melhores condições de trabalho. “Estamos em um processo de evolução. Dentro da Corporação elas têm o mesmo tratamento, as mesmas promoções de oficiais de praças, os mesmos salários e as mesmas atividades. Nestes 18 anos, já tivemos uma tenente-coronel comandando o primeiro batalhão do corpo de bombeiros. Nossas missões são iguais, mas sabemos que temos nossas diferenças e particularidades. Atendemos mais de 100 mil ocorrências por ano e as mulheres estão inseridas neste contexto, entretanto, sabemos que existe a questão de família, filhos e outras atividades que sobrecarregam a mulher e é justamente por isso que temos que rever alguns pontos”, explicou o comandante geral. A tenente coronel Vivian Rizzioli Corrêa relembrou as dificuldades de ter sido uma das primeiras mulheres a entrar para o Corpo de Bombeiros em Mato Grosso. “No começo foi bem complicado porque até então não existia o efetivo feminino. Fui da primeira turma, éramos apenas três mulheres. Até a questão logística era ruim, não tínhamos alojamento. Mas, com o passar do tempo, fomos conquistando tudo isso. Atualmente, estamos em todas as áreas tanto operacionais quanto administrativas, exercemos as mesmas atividades”, disse. A bombeira revelou que apesar de algumas diferenças, nunca teve problemas em comandar equipes masculinas. “Nunca tive problemas quanto a essa questão, sempre houve respeito por parte deles”, declarou. O evento será encerrado hoje (25).
Fonte: ALMT